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20/09/2021Undime

18º Fórum Nacional da Undime encerra com reflexão do sociólogo e educador, Miguel Arroyo

Em discussão, Arroyo falou sobre os desafios e as demandas dos Dirigentes Municipais de Educação no contexto atual

Com o sentimento de dever cumprido e as esperanças renovadas para os caminhos futuros na luta por uma educação pública de qualidade social para todos, o 18º Fórum Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação terminou na tarde da sexta-feira (17).

Para encerrar o evento, a programação contou com a participação do sociólogo e educador, Miguel Arroyo, que trouxe à tona a discussão sobre os desafios e as demandas dos Dirigentes Municipais de Educação no contexto atual para a garantia do direito à educação com acesso, aprendizagem e permanência. A conversa foi mediada pela presidente da Undime Região Sul e Dirigente Municipal de Educação de Blumenau/SC, Patrícia Lueders.

Ex-Dirigente Municipal de Educação, Miguel Arroyo deu início ao momento partilhando a alegria de mais uma vez fazer parte do Fórum dos Dirigentes Municipais de Educação. Parabenizando os profissionais pela resistência, Arroyo, resgatou memórias da atuação de Paulo Freire como dirigente e o colocou como espelho para o que deve ser feito na função de um educador.

“Em tempos como esses, temos que lembrar de memórias. Estamos em um tempo em que lutamos pelas memórias de lutas políticas da Undime, dos dirigentes, das redes municipais, por uma educação mais justa, democrática e igualitária, relembrando também o dirigente dos anos 1980, Paulo Freire”, disse Arroyo.

Ao celebrar o trabalho que vem sendo feito pela Undime por 35 anos, o educador pontuou que os municípios, com o auxílio da instituição, foram os pioneiros de uma nova história para a educação: “Quando eu fui secretário ainda tentava articular a educação com os tempos humanos, isso depois foi convertido em tempo de letramento. Houve o alargamento do direito à educação para a infância. A Undime garante os direitos aos oprimidos e periféricos. Temos que sentir orgulho destas lutas”.

Desafios da educação nos tempos atuais

Olhando para a realidade atual, o sociólogo esclareceu que a educação está em tempos de desmonte radical e enfatizou: “Não deixemos nos acuar pelo contexto atual”.

Miguel Arroyo pontuou a situação como um desmonte do estado de direito, onde a educação está sendo dilacerada e o dever do estado está sendo esquecido. “Estamos em tempos brutais. A destruição do estado de direito nos destrói. Quando esse estado se destrói, os que mais sofrem são os municípios porque eles garantem o direito dos oprimidos, das periferias e dos pobres”, afirma.

Arroyo também falou sobre a mercantilização dos direitos e da educação. De acordo com o educador, a realidade coloca até os próprios dirigentes como mercadoria, mas esclareceu: “Não somos mercadoria, não aceitamos a educação como mercadoria, não aceitamos que mercantilizem os direitos públicos. Resistir é existir!”

Por fim, trouxe à tona a pedagogia do oprimido, de Paulo Freire, e levantou a questão de que há de ser reconhecido que as opressões existem e resistem nos municípios, as diferenças devem ser respeitadas e entendidas, e por estar mais próxima dos oprimidos, a educação municipal precisa ser palco dessas lutas e resistências.

Posse, pesquisas e lançamento

O último dia do 18º Fórum Nacional da Undime também foi marcado pela apresentação das ondas de pesquisa, realizadas pela Undime com apoio do Itaú Social e do UNICEF, sobre a oferta de ensino durante a pandemia. E, na sequência a apresentação dos resultados da pesquisa Perfil dos Dirigentes Municipais de Educação com a participação de Manuel Palacios, do Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (CAEd/UFJF).

O livro "Educação em movimento: o direito universal, as transformações e possibilidades durante e após a pandemia" foi lançado dentro da programação oficial do evento. A publicação foi organizada pelo presidente da Undime, Luiz Miguel Martins Garcia, Dirigente Municipal de Educação de Sud Mennucci/SP e Alessio Costa Lima, presidente da Undime Região Nordeste, Dirigente Municipal de Educação de Palhano/CE, com coordenação geral de Maria Edineide de Almeida Batista. A Fundação Santillana é a responsável pela edição e publicação. Saiba mais aqui.

Por fim, o 18º Fórum encerrou com a aprovação da Carta do 18º Fórum Nacional (leia aqui) e a posse da diretoria executiva para o biênio 2021/ 2023, eleita na manhã do dia 16 de setembro.

Fonte: Undime


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