Você está aqui: Página Inicial > Notícia > Educação digital, políticas de conectividade e desafios das adolescências encerram os debates do Fórum Sudeste

Todas as notícias Categorias

18/05/2024Undime

Educação digital, políticas de conectividade e desafios das adolescências encerram os debates do Fórum Sudeste

Temas apresentados oportunizaram momentos de aprendizagem e de reflexão para Dirigentes e equipes técnicas das secretarias

 

As últimas mesas-redondas do Fórum Sudeste da Undime proporcionaram análises profundas sobre a implementação das políticas de conectividade e de educação digital no cotidiano escolar e os desafios enfrentados pelas adolescências no ambiente escolar.

A incorporação do complemento da BNCC sobre computação nos currículos da educação digital, de forma transversal, obrigatoriamente pelas escolas das redes municipais e estaduais, foi um dos temas do Fórum Sudeste da Undime. Durante a mesa-redonda "Os desafios da implementação das Políticas de Conectividade e de Educação Digital no cotidiano escolar", Ana dal Fabbro, coordenadora-geral de Tecnologia e Inovação da Educação Básica no Ministério da Educação (MEC), e André Luiz da Cunha, líder da estratégia de assessoria técnica às redes para a implementação do complemento à BNCC sobre computação na Fundação Telefônica Vivo, compartilharam informações importantes para que as redes de ensino possam, de fato, levar conectividade e promover a educação digital nas escolas. A mediação foi conduzida por Osório Luis Figueiredo de Souza, Dirigente Municipal de Educação de Cachoeiras de Macacu/RJ, presidente da Undime RJ e vice-presidente da Região Sudeste.

Ana Dal Fabbro, reforçou a importância de educar com tecnologia para a inclusão e cidadania digital e elencou algumas das ações do MEC para promover a conectividade de qualidade para uso pedagógico em 100% das escolas conectadas até 2026. “Estamos trabalhando para incentivar que os currículos estejam alinhados à BNCC, incluindo cidadania digital e novas competências digitais adequadas a cada etapa de ensino para o desenvolvimento das competências digitais de estudantes e profissionais da Educação Básica, a fim de que possam usar, entender e refletir sobre tecnologia”.

Entre outras questões referentes à educação digital e conectividade, André Cunha, apresentou alguns dados da pesquisa realizada pela Undime, em parceria com a Fundação Telefônica Vivo, sobre tecnologias digitais nas escolas municipais do Brasil. De acordo com os dados apurados em 2023, pelo menos uma a cada cinco (21%) redes municipais do Brasil ainda não têm o ensino de Tecnologia e Computação no currículo dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Nos anos finais, são 17%. Já na Educação Infantil, o índice sobe para 37%. Além disso, 39% dos municípios afirmam não ter ofertado formação continuada para as temáticas de tecnologia digitais aos docentes da rede e 78% dos entrevistados apontaram que “formações em tecnologia e computação para os professores da rede” devem ser priorizadas nos próximos anos. Acesse o relatório da pesquisa. 

 

Desafios das adolescências

Os desafios enfrentados pelas adolescências e juventudes no contexto educacional foram abordados na mesa que encerrou a programação do Fórum Regional Sudeste. Tereza Farias, coordenadora-geral de Ensino Fundamental do MEC, e Patrícia Mota Guedes, superintendente do Itaú Social, lideraram uma discussão esclarecedora sobre as dificuldades enfrentadas por estudantes e educadores nessa etapa de ensino, que requerem um olhar e políticas públicas específicas. A mesa-redonda foi conduzida pela professora Mariane Pimenta, Dirigente Municipal de Educação de Três Pontas/MG.

A representante do MEC, Tereza Farias apresentou um panorama dos Anos Finais do Ensino Fundamental na Região Sudeste, que possui 3.607.893 matrículas, sendo 31% oferecidas pelas redes municipais, 12.758 escolas e 231.491 docentes. Ela também ressaltou as mudanças que os adolescentes passam nessa fase da vida e de que forma isso impacta no rendimento escolar. “A falta de interesse pelas aulas, por exemplo, é consequência de um cérebro em reestruturação, o que demanda que a escola que promova desafios e que sejam instigante para os adolescentes”.

Tereza mencionou, ainda, a iniciativa que o Ministério da Educação está desenvolvendo junto à Undime e ao Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), para a política de fortalecimento dos anos finais do ensino fundamental, o Programa Escola das Adolescências. Dentre as atividades, as escolas serão convidadas a construir um plano de ação participativo orientadas pelos instrumentos fornecidos na Semana da Escuta das Adolescências e da devolutiva dos formulários pelo MEC.

Patrícia Mota Guedes levantou a questão da trajetória escolar, voltada para os Anos Finais do Fundamental. “No Brasil, apenas 5 em cada 10 estudantes têm trajetória regular, sem abandono, reprovação e repetência ao final do 9º ano do Ensino Fundamental. E no 9º ano do Ensino Fundamental, apenas 35% dos estudantes têm desempenho adequado em língua portuguesa, já em matemática, apenas 15% têm desempenho adequado”, apontou.

Para apresentar o cenário desta etapa de ensino, Patrícia compartilhou os dados do estudo realizado pelo Itaú Social e pela Undime intitulado “Percepções e Desafios dos Anos Finais do Ensino Fundamental nas redes municipais de ensino”. Embora a escuta tenha tido a participação de todos os os estados e regiões brasileiras, ela apresentou os dados voltados para a região Sudeste, que tem 40% das redes municipais ofertando Anos Finais.

“As redes municipais da região têm enfrentado desafios para implementar estratégias de transição entre as etapas e 28% realizam somente às vezes ou raramente ações para o fortalecimento da relação entre as famílias, escola e comunidade e 53% delas ocasionalmente ou raramente implementam espaços de diálogo e ações intersetoriais para abordar questões relacionadas à saúde mental dos estudantes”, explicou a superintendente do Itaú Social.

 

Fonte: Undime


Parceria institucional